Açores
Açores
História
Em 1432 o português Gonçalo Velho Cabral descobriu a ilha de Santa Maria e no ano de 1457 todas as ilhas tinham já sido visitadas por exploradores quer portugueses, quer flamengos. A colonização das então desocupadas ilhas começou em 1439 com gentes sobretudo das províncias continentais do Minho, numa primeira fase e do Algarve e Alentejo, numa segunda. Nos séculos seguintes, chegariam colonizadores de outras regiões europeias como a Flandres e o Norte de França.
Depois de Santa Maria, a próxima ilha a ser descoberta foi a de São Miguel. Depois foi a vez das ilhas do Grupo Central serem descobertas: Terceira, Graciosa, São Jorge, Pico e Faial. Por fim as ilhas do Grupo Ocidental, Flores e Corvo, foram avistadas em 1452. a primeira capital de São Miguel foi Vila Franca do Campo. Todavia, desde a violenta erupção do vulcão do Fogo em 1522 que soterrou a cidade de Vila Franca do Campo, foi Ponta Delgada a assumir o papel de capital.
A terceira ilha e ser descoberta foi inicialmente denominada de Ilha de Jesus Cristo, tendo depois sido adoptado o nome de Terceira, pelo qual é hoje conhecida. Apesar de não haver uma data exacta, é largamente admitido o ano de 1450 para a descoberta da ilha Graciosa por marinheiros que navegavam em redor da ilha Terceira. Vasco Gil Sodré, português do continente, assentou na Graciosa pouco tempo depois. A primeira referência à ilha de São Jorge surge em 1439 mas a data real da sua descoberta é também desconhecida. Em 1443 a ilha era já habitada mas a colonização propriamente dita começou somente com a chegada à ilha do nobre Flamengo Wilhem Van der Haegen.
A ilha do Faial, conhecida como a “insule de venture” nas antigas cartas e roteiros marítimos, é dada como descoberta na primeira metade do século XV. A colonização desta ilha começou antes de 1460 na costa Norte com gentes do Norte Português. As duas ilhas compreendidas pelo Grupo Ocidental foram as últimas a ser descobertas. Flores e Corvo foram-no cerca de 1452 por Diogo de Teive e seu filho João de Teive. A ilha da Flores foi inicialmente chamada ilha de São Tomás e Santa Iria mas devido à abundância das flores (Cubres) que cobriam de amarelo a paisagem, o nome Flores pareceu mais apropriado. O flamengo Wilhem Van der Haegen assentou-se nas Flores em 1470.
Entre 1580 e 1640, tal como todo o Portugal, os Açores tiveram que se submeter ao domínio espanhol. Durante esse período nos mares em redor do arquipélago travaram-se duras batalhas marítimas entre corsários espanhóis e ingleses. Todavia, com a recuperação da soberania portuguesa e a ascensão da Casa de Bragança deu-se um declínio na prosperidade comercial das ilhas. Mas com a evolução da navegação, os Açores, com a sua posição geográfica estratégica, tornaram-se num importante ponto de referência e paragem nas rotas que ligavam Europa, África, a Ásia, e as Américas, nos séculos XVI e XVII.
Uma nova vaga de prosperidade deu-se depois do período das invasões francesas na Península Ibérica e com a fuga de D.João IV para o Brasil (1807) e a abolição de várias restrições sobre o comércio. Mais tarde a guerra civil em Portugal teve fortes repercussões nos Açores: em 1829 deu-se, na Vila da Praia (que depois se chamaria Praia da Vitória), na ilha Terceira, uma vitória dos liberais sobre os absolutistas. Estabeleceu-se então na ilha Terceira a capital do reino, com o Conselho da Regência da raínha D.Maria II.
Mais recentemente, entre 1836 e 1976 o arquipélago esteve dividido em distritos, prática que tinha sido estabelecida em Portugal Continental. A divisão não reflectia a actual nem, de certo modo, o agrupamento natural das ilhas: reflectia antes a importância das três capitais de distrito (sendo que nenhuma destas pertencia ao actual Grupo Ocidental). O distrito de Angra compreendia as ilhas Terceira, Graciosa e São Jorge, com Angra do Heroísmo (Terceira) como capital. O distrito da Horta incluía as ilhas do Faial, Pico, Flores e Corvo e tinha na Horta (Faial) a sua capital. Ponta Delgada era a capital do outro distrito que consistia nas ilhas de São Miguel e Santa Maria.
Em 1976 os Açores tornaram-se finalmente na Região Autónoma dos Açores, uma das duas actuais de Portugal, sendo suprimida a divisão por distritos.
O clima é temperado, registando-se temperaturas médias de 13 °C no Inverno e 24 °C no Verão. A Corrente do Golfo, que passa relativamente perto, mantém as águas do mar a uma temperatura média entre os 17 °C e os 23 °C. O ar é húmido com humidade relativa média de cerca de 75%. Informação detalhada sobre a situação meteorológica presente e sobre as normais climáticas para os Açores.
As ilhas são visitadas com relativa frequência por tempestades tropicais, incluindo algumas com intensidade suficiente para serem consideradas como furacões.
A origem vulcânica dos Açores tem a sua expressão máxima na ilha de São Miguel, no famoso Vale das Furnas e teve a sua mais recente actividade terrestre no Vulcão dos Capelinhos, na Ilha do Faial, em 1957-1958. No mar, a última erupção verificou-se ao largo da Serreta (ilha Terceira) em 1998-2000.
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Ilhas
O arquipélago dos Açores é constituído por nove ilhas principais divididas em três grupos distintos:
- Grupo Ocidental
- Grupo Central
- Grupo Oriental
O Grupo Oriental inclui também um grupo de rochedos e recifes oceânicos, situados a nordeste de Santa Maria, chamado ilhéus das Formigas, ou simplesmente Formigas, que em conjunto com o recife do Dollabarat, constitui a Reserva Natural do Ilhéu das Formigas, um dos locais mais importantes para conservação da biosfera marinha no nordeste do Atlântico.
O ponto mais alto do arquipélago situa-se na ilha do Pico - e daí o seu nome, a Montanha do Pico - com uma altitude de 2 352 m. A orografia açoriana apresenta-se muito acidentada, com linhas de relevo orientadas na direcção leste-oeste, coincidentes com as linhas de fractura que estão na génese das ilhas. Este arquipélago faz parte da cordilheira submarina que se estende desde a Islândia para Sul e Sudoeste, com orientação sensivelmente paralela à inflexão das costas continentais.
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Clima
O clima é temperado, registando-se temperaturas médias de 13 °C no Inverno e 24 °C no Verão. A Corrente do Golfo, que passa relativamente perto, mantém as águas do mar a uma temperatura média entre os 17 °C e os 23 °C. O ar é húmido com humidade relativa média de cerca de 75%. Informação detalhada sobre a situação meteorológica presente e sobre as normais climáticas para os Açores.
As ilhas são visitadas com relativa frequência por tempestades tropicais, incluindo algumas com intensidade suficiente para serem consideradas como furacões.
A origem vulcânica dos Açores tem a sua expressão máxima na ilha de São Miguel, no famoso Vale das Furnas e teve a sua mais recente actividade terrestre no Vulcão dos Capelinhos, na Ilha do Faial, em 1957-1958. No mar, a última erupção verificou-se ao largo da Serreta (ilha Terceira) em 1998-2000.
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RELIGIÃO
Existe uma certa imagem da religiosidade Açoriana de que os sismos, os vulcões, o isolamento, a imensidão por vezes medonha do mar, facilmente faz o povo dobrar os joelhos e levantar a voz diante de um Ser, Omnipotente, acima de todas as forças ameaçadoras e palavra última sobre todos os eventos. Isto quereria dizer que apenas a pequenez e o medo seriam capazes de descobrir e alimentar devoções como a do Senhor Santo Cristo, do Espírito Santo ou mesmo dos Romeiros. Tudo com uma extensão cosmopolita pelos muitos açorianos que se espalharam pelo mundo e levaram na sua identidade pessoal essa relação com o divino tanto na expressão penitencial como na festiva.
Importa dizer antes de mais que os Açores foram povoados na era de Quinhentos, evangelizados pelos missionários que "faziam escala" para outras paragens e por aqueles que nas ilhas se instalaram e edificaram conventos, centro de convergência de toda a urbanização das cidades e lugar de irradiação do anúncio do Evangelho. Aí sim começou a desenhar-se uma espiritualidade que o tempo harmonizaria com os “colonos” continentais chegados, os nativos, a religião oficial católica e todo o resto, ou seja quase tudo: uma comunidade feita de pequenas comunidades frequentemente despertada pelo rugido do mar, o estremecimento da terra e a força brutal dos vulcões que, como em qualquer parte do mundo, irrompiam da profundidade do mar e renovavam a configuração geológica ou geográfica das ilhas, todas elas nascidas e amparadas pelos píncaros de montanhas oriundas dos oceanos. Independentemente das teorias atlântidas a verdade é que os Açores têm mais terra submersa que terra à vista.
O religioso tem esta marca açórica. Brevemente (porque o espaço para estas linhas é mais estreito que uma ilha) as festas do Espírito Santo nascidas – e quase apagadas - no Continente constituíram um espaço de expressão da fé do povo. O Divino, a coroa, a bandeira, o mordomo e mais dezenas de siglas que um estranho não entende, deixa surpresa a própria Igreja. O cortejo, o pão, a festa, as orações no império ou nas casas são feitas pelo povo. O império é a sua pequena Igreja. O sacerdote entra minimamente em todo este ritual. É o povo que tudo dirige. A Igreja convive com este todo mas não é o seu primeiro terreno. A história já lhe semeou elementos que ultrapassam todos os ritos oficiais. Entretanto o sentido profundo da “caridade” para com os necessitados, expressa hoje de outras formas, mantém a genuinidade do respeito profundo pelo Divino Espírito Santo e o cumprimento rigoroso dos ritos populares anexos à distribuição da massa, do pão e do vinho. Os pastores tentam apontar mais longe sem negar esta “laicidade” religiosa em toda a linha festiva.
A devoção ao Senhor Santo Cristo nasce dum Religiosa que a divulga e se torna popular. A imagem do Ecce Homo tem uma expressão forte do divino no seu olhar, na sua misericórdia, na sua presença continuada no coro baixo do Convento da Esperança. A uma distância discreta e com uma ténue iluminação escuta milhares de pessoas que pedem e agradecem os momentos sublimes e sofredores da própria vida. E tudo isso se reveste dum respeito intenso, expresso particularmente na procissão do “Dia do Senhor”, com o seu olhar humilde lançado do alto do andor, com a coroa de espinhos e o cetro revestidos de pedras preciosas, a beleza da sua capa e da corda dourada que lhe prende as mãos. O Ecce Homo todos os anos atravessa a cidade ladeado das forças vivas da comunidade que há séculos veneram o Senhor Santo Cristo. Os tempos mudaram e diferente é a cultura das novas gerações. Mas novos e velhos sentem-se honrados neste cortejo divino e humano.
Os Romeiros. em tempo de Quaresma, percorrer a pé, toda a Ilha de S. Miguel. Apenas homens. Com paragem em todas as Igrejas e Capelas dedicadas a Nossa Senhora. Durante uma semana o rosário em canto chão doce e comovido, repetido e desenhado no alto de montanhas e ribeiros serenos. Pés doridos e perseverantes, misto de dor, cansaço e festa.
O encontro com a vida nesse retiro que foi preparado e é vivido na celebração eucarística, nas litanias do Mestre dos Romeiros, no xaile e no lenço que protege do frio, da chuva ou do calor.
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GASTRONOMIA
O CHÁ
Os Açores no ocidente são um dos principais produtores desta planta tão polivalente e de tantos usos, os mais conhecido de todos.
Frio, quente, como relaxante, por puro deleite, ou mesmo acompanhando refeições. O Chá é uma bebida transversal e universal que os Açores tem o prazer de lhe proporcionar, esperando que o prazer seja comum a qualquer bebedor desta agua maravilhosa, misturada com alguma erva aromática Açoriana.
A Gastronomia Açoriana dividida pelas suas Ilhas
Na ilha de São Miguel, Ponta Delgada, os seus visitantes podem se deliciar com o assado misto, arroz de lapas, caldo azedo, caldeiradas de peixe, chicharros com molho vilão, cozido da caldeira, fervedouro, lapas de molho Afonso, linguiça com inhame, morcela com ananás, polvo guisado ou assado, torresmos de molho de fígado, mariscos, lapas, cracas, lagostas, cavacos e caranguejos.
Na Ilha do Corvo, a tradição mais a base de produtos da terra, sendo as couves da barça, couves fritas, molho de fígado, tortas de ervas do calhau. Os queijos podem ser os artesanais
A Caldeirada de congro, o feijão com cabeça de porco, linguiça com inhame, sopa de agrião, bolo de tijolo e o queijo da Ilha das Flores.
Da Ilha do Pico, são congratulados com o caldo de peixe, molha de carne, polvo guisado, pão ou bolo de milho caseiro.
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